sábado, 21 de novembro de 2009

Há luar em Cancelos - Navegando no rio Douro!

o-o-o-o-o-o

Olá querido e bom Amigo!
Tenho, de uns tempos a esta parte, andado por outras paragens e escrito temas diversos envolventes de outras paixões. Todas elas me merecem uma atenção muito especial.
Como refere a sabedoria popular, o bom filho a casa torna. Aqui, seguramente, não se trata de um regresso ás origens, já qaue diáriamente nos olhamos. É o privilégio de quem pode desfrutar de condições únicas e que sem necessitar de sair de casa te pode observar, ver em ti diáriamente cenários diferentes, confraternizar e ter em ti uma forte fonte de inspiração.
Hoje, um tema que me proponho abordar foi proporcionado num artigo que acabei de ler na imprensa diária e cujo titulo é o seguinte - Conversas com um Rio!
Todos aqueles que de uma ou outra forma tiveram as suas vidas ligadas ao Rio e Mar, exemplo vindo do tempo do Almirante Henrique Tenreiro e da Pesca do bacalhau, nos Mares da Noruega, sabem do peso que representava na nossa Economia a Frota das Pescas. Seja do Bacalhau, da Sardinha e do Carapau, ou do Sável da Lampreia e do Peixe Miúdo dos Rios. Como compreender que todos os papéis, emanados de Bruxelas tenham de ser impostos, quando muitas vezes e quase de certeza, o legislador, não tem um pingo de conhecimento das nossas realidades.
Num tempo que dizem de crise e que até nem é culpa nossa, mas sim do contexto internacional, em que um grande número de pessoas vivem em muitos casos de forma duvidosa à sombra da Reinserção Social, nos possamos dar ao luxo de assistir a que as percas não tenham o mínimo aproveitamento. Que os achegãs e os lúcios se vão deliciando, comendo os peixes e as suas crias, livremente, enquanto que as gentes ribeirinhas e que deveriam ser os verdeiros herdeiros do seu rio, se vêem proibidos de utilizar uma rede, o que lhes possibilitaria pescar meia dúzia de peixes, muitas das vezes para matar a fome a si e seus filhos. E que mesmo para o fazerem com uma cana de pesca, tenham de sujeitar-se a tanta burocracia.
Como será possivel e por quanto tempo, dizer que é posssivel a construção de um balboeiro, um caíco ou uma canoa, quando fazemos não sei quantos pedidos de legalização, e a resposta de diferemento ou indeferimento nunca chega. Nos casos dos legalizados e aquando das vistorias, são tantos os utensilios exigidos que os custos com a sua obtenção levam as pessoas a desistir, muitas vezes por falta de recursos financeiros.
Sabe quem é do rio que os utilizadores destas embarcações eram e são os principais limpadores das margens e que se a burocracia não se mantivesse, hoje poderiamos desfrutar de margens e caminhos com boa acessibilidade. E os forasteiros poderiam aderir e dar uma nova vida a esses lugares ribeirnhos, a exemplo o que acontecia noutros tempos no lugar das Concas, em Pedorido, no Areio D'Ortes, em Rio Mau e Sebolido e nos Lugares de Cancelos, Abitureira e Midões.
Certamdente que a geração de pescadores da Pesca Artesanal e que viveram destas artes poderão ter, até à sua extinção, uns dez anos. Mas, felizmente, a internet, hoje, permite-nos divulgar as nossas memórias e relatar os nossos testemunhos e dos nossos antepassados. Uma história que leva já mais de duzentos anos, pelo que é convicção minha que, mais tarde ou mais cedo, tu, amigo Douro, voltarás a ter parte da vida que, injustificadamente, te foi retirada.
Há vontade de alguns, como ainda recentemente a EDP, que estaria na disponibilidade de financiar com largos milhares de Euros, para que espécies e infra-estrutras se criassem para que os teus afluentes pudessem, tal como deveriam, ter meios para a criação e desenvolvimento das suas espécies autóctones, a exemplo do que se passa com o teu afluente, o Sousa com a Lampreia.

O SONHO COMANDA A VIDA
ESPERO QUE ELE VENHA A TORNAR-SE REALIDADE
OS MUNICÍPIOS DE CASTELO DE PAIVA, PENAFIEL E SUAS GENTES MERECEM-NO
DOURO PATRIMÓNIO MUNDIAL

Não deixa de ser no minímo estranho, (como é possível?) que só te considerem Património Mundial até a Escamarão!!!

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