Histórias de Vida
Não entende quem me conhece desde criança, o motivo pelo qual e desde muito novo (seis anos) sempre tenha sido por obrigação e castigado, para comprir com as obrigações de uma criança normal do meu tempo: a obrigação imposta de frequentar a Catequese e fazer a Comunhão Solene, e depois desta ter de cumprir um ritual, que eram de nove meses seguidos ( as chamadas nove sextas-feiras) após a comunhão solene.
A Catequista
=Bola de Trapos=
Era uma solteirona daquelas de bater com a mão no peito, mas que na prática e na hora de mostrar a sua bondade praticava o contrário.
Nós os garotos jogavamos com uma bola de trapos no caminho público e debaixo da ramada, que sendo pertença sua, cobria todo o caminho.
Por vezes a bolita, saltava para dentro do que era dela. Quando lá caísse era como caír nas profundas do Inferno como se dizia naquele tempo.
Desaparecia da cena.
O Dia era tendeiro, parecia que estava sempre ali quando ela aparecesse, pois parecia teleguiada para saltar lá para dentro. De nada valia pedir-lhe, tinha sempre ouvidos moucos e não percebia nada de múmia, apesar de lá haver dois mudos e ela os entender perfeitamente.
A Beata e os Cravos
Um dia fomos dar uma volta pelo Pedregal, um tapado que era pertença dela, e onde ela tinha uns craveiros. Tinha então eu os meus seis anos e o meu companheiro cerca de oito. Roubamos os dois cravos existentes, duas Aboboras que era para fazer caveiras, para de noite meter medo aos pescadores que viriam da Pesca do Sável e da Lampreia que andavam a pescar no Areio D´Ortes.
Tal era a Inocência que de cravo à Orelha fomos passara junto à porta dela. Ao ver o cravo na Orelha do Mário Teixeira, perguntou-lhe onde ele tinha arranjado o Cravo, ao qual ele respondeu que era o Zé Félix que nos os tinha dado. Respondeu ela que os cravos eram dela e que íriamos pagar bem por isso.
Se bem o disse, melhor o fez, exigiu 25 escudos às nossas Mães que bem lhe suplicaram, mas de nada valeu, a minha Mãe pagou de imediato, pagando eu com o corpo, a Ti Micas, Mãe do Mário Teixeira recusou eteve de pagar 30$00 à Guarda.
Estes 55$oo naquele Tmpo dava para comprar um campo de futebol cheio de cravos plantados.
Como a justificar o que estava a fazer, alegou que era para assear o altar da Senhora de Lourdes, que fica ao fundo antes da Sacristia do lado direito.
Perante uma atitude destas como poderia ficar uma criança de seis anos, com aquela que na catequese, sempre com a régua pronta a molhar a sopa, se justifica assim em tempos de fome para os nossos Pais, já que ela vivia abastada.
Padre Vasconcelos
Se a minha mulher passar em Sebolido, vai visitá-la com toda a certeza. Ela não perdoa uma!
ResponderEliminarJá são duas. Cada vez que marco um passeio, tenho de arranjar uma Igreja ou um Santo/a desses de carne. Então nas muitas vezes que a levo a Fátima, posso andar a passear à vontade, que enquanto houver um Padre ou uma Freira lá dentro ela não sai. Mas é bom serem assim. Eu não tendo religião e tudo se calhar começou nesta Igreja, adoro admirar os seu Interiores. A Arte Sacra é maravilhosa. Um Abraço de Pescador
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